Com 75% de candidatas mulheres na disputa, cidade se destaca na representatividade política da região
A eleição municipal, que acontece no próximo dia 6, promete um cenário inovador para Araruama, uma das cidades mais tradicionais da Região dos Lagos. Pela primeira vez, a cidade toma a frente na representatividade feminina na disputa para a prefeitura. Com três mulheres concorrendo ao cargo, Daniela de Livia (MDB), Penha Bernardes (PL) e Rejane Silva (PMB), Araruama se destaca ao apresentar mais candidatas femininas do que em qualquer outra cidade da região.
Segue abaixo o quadro atual de candidatos em Araruama, incluindo o único homem na disputa, Sérgio Ribeiro.
Números da cidade de Araruama em comparação às outras cidades da região
- Araruama: 3 mulheres e 1 homem (75% mulheres)
- Búzios: 1 mulher e 2 homens (33% mulheres)
- Arraial do Cabo: 1 mulher e 3 homens (25% mulheres)
- Cabo Frio: 1 mulher e 4 homens (20% mulheres)
- Iguaba Grande: 1 mulher e 2 homens (33% mulheres)
- São Pedro da Aldeia: 2 mulheres e 3 homens (40% mulheres)
- Saquarema: 1 mulher e 2 homens (33% mulheres)
Com quatro candidatos na disputa e, entre eles, três mulheres, Araruama se diferencia com 75% do espaço sendo ocupado por concorrentes do sexo feminino. O número é significativo ao lado das outras cidades da região, que não ultrapassam os 50%.
A liderança de Araruama na representatividade feminina
Quando comparada à última eleição, em 2020, é notável o progresso da representatividade, enquanto anteriormente apenas duas mulheres concorriam ao cargo, sendo elas Livia de Chiquinho e Herika da Virtuosa – eleição onde Livia de Chiquinho, atual prefeita de Araruama, se elegeu, com 63,64% dos votos, de acordo com o TSE.
A atual prefeita Livia já está em seu segundo mandato, depois de assumir pela primeira vez em 2016, quando ganhou com 86% dos votos (Portal G1), sendo a única mulher concorrendo ao cargo. Esse avanço reflete o crescimento aparente da participação feminina na política local, já que, em 2012, nenhuma mulher sequer concorreu.
O quadro visto anteriormente é considerado distante do ideal, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que declara que o município, assim como outras cidades do país, deve respeitar cota mínima de 30% de candidaturas de mulheres.
A esperança de um novo cenário político
Segundo a ONU, a paridade de gênero política deve ser alcançada apenas em 2063, e cenários como os da cidade de Araruama servem como um exemplo da eficácia de campanhas que promovem a participação de mulheres nas bancadas.
A ONU Mulheres também revela que, entre 2019 e 2023, foram promulgadas 56 reformas legais que procuram combater a desigualdade de gênero no cenário político, que, mesmo em ritmo lento, começa a mostrar resultados promissores para um futuro distante.
Matéria produzida pelas alunas Amanda Aquino, Ester Werly, Hellen Paixão, Kamila Rossi
Lavínia Boato, supervisionada pelo professor Wesley Aldivino, para a matéria de Jornalismo de Dados, do curso de Comunicação Social da Universidade Veiga de Almeida – Campus Cabo Frio.
* Via Fonte Certa