Às vésperas da corrida oficial ao Planalto, as personagens já estão mostrando o ronco dos motores na volta de apresentação. De todos os lados desta disputa, mesmo havendo favoritos, não é possível apontar o vencedor mas, com certeza, o grande perdedor é o povo. Justamente a turma da arquibancada que paga o ingresso, veste camisa e hasteia bandeira. A grande massa de desiludidos que braveja uma esperança que cheira a medo, incerteza e desespero.
Todos os indicadores econômicos, até os mais otimistas, são os piores da série histórica e o poder de compra do cidadão médio está cada vez mais irrelevante em relação à renda. A inflação tem degolado os orçamentos familiares e aqueles que em 2016, no auge da crise do governo Dilma, se desdobravam para pagar prestações de bens de consumo, hoje estão vendendo os dedos que sobraram para poderem comer. As políticas populistas adotadas pelo governo são escancaradamente eleitoreiras e mantém de joelhos o trabalhador médio, assola os autônomos e humilha aqueles que tentaram desesperadamente a sobrevivência na informalidade.
O agravamento da crise econômica já nos trouxe a um estado de caos social. A letargia das políticas econômicas e a inércia nas intervenções do Estado só favoreceram especuladores e hoje somos nada mais do que uma máquina de lavar dinheiro estrangeiro ao menor custo possível.
É preciso tratar esse assunto com mais seriedade e menos complacência e mostrar definitivamente pra sociedade que esse governo precisa ter um fim. O IBGE traz dados reais e alarmantes que, por si só, já seriam suficientes para se chamar uma revolução. É incrível que ainda haja mais de 30% de desalentados alienados que apoiam e aprovam esse desgoverno. Mas as urnas não podem ser vistas apenas como um aparelho redentor de desiludidos, precisam ser vistas como a única arma legítima de uma revolução popular.
Que venham os postulantes! Eu estou preparado para recebê-los. E você? Está?