O presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu que teme ser preso caso não seja reeleito. Conforme a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o gestor acredita que será alvo de inquéritos que podem levá-lo, junto a seus filhos, para a prisão caso deixe a Presidência da República.
De acordo com a colunista, interlocutores do chefe do Executivo em Brasília, incluindo aqueles que integram seu Governo, informaram que o político está bastante incomodado com os resultados das pesquisas eleitorais, que colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da corrida pelo Palácio do Planalto.
Conforme Mônica Bergamo, o presidente teria dito a interlocutores que reagirá e que não será preso com facilidade. Segundo a coluna, ele tem falado com semelhança aos discursos do 7 de de setembro do ano passado. Durante ato na Avenida Paulista, ele fez ameaças golpistas, atacou o sistema eleitoral brasileiro, fez menções diretas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de desafiar as investigações contra ele em curso na Justiça. “Digo aos canalhas que nunca serei preso”, afirmou na época.
Dois dias depois, Bolsonaro recuou dos ataques e divulgou “Declaração à Nação” em que afirmava não ter “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. E acrescentou: “Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”.
Ainda segundo a coluna de Mônica, ministros do Governo afirmaram que o gestor sabe o que vai ocorrer em caso de derrota na eleição. “Você acha que eu não sei?”, teria afirmado o político sobre a possibilidade de uma ordem de prisão. O tom do chefe do Executivo não seria de “nervosismo”, mas de “constatação” sobre uma possível perseguição caso não seja reeleito.