Quarta-feira, Novembro 27, 2024
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BOLSONARO E A VACINAÇÃO DE CRIANÇAS

A convocação de uma consulta pública sobre vacinação de crianças pelo governo Bolsonaro e aqueles que são contra essa vacinação, como manobra para tentar inviabilizar a imunização dessa faixa de idade, significa a transposição de todos os limites.

Uma sociedade que se rebaixa, se torna vil quando deixa passarem por cima de suas crianças. Quando falta comida, os adultos reduzem sua cota para alimentar as crianças; quando há frio, são elas que são agasalhadas; se há riscos, são as primeiras a serem protegidas. Todas as espécies animais protegem seus infantes, dos maiores mamíferos, aos beija-flores, aos microrganismos. Cada uma de sua forma, buscando garantir a continuidade da espécie.

Um governo que propositadamente coloca crianças em risco comete o insuportável, a vilania mais baixa. A sociedade tem que reagir à altura, ou perde a dignidade, a respeitabilidade, se desumaniza, agora e no futuro que a História haverá de registrar e implacavelmente cobrar. É uma questão de civilização, de cultura com valores e de dignidade humana. Tudo isso foi ofendido e tripudiado pelo governo ao jogar com a saúde e a própria vida de nossos membros mais frágeis, que não podem se defender.
Se há 140 pedidos de impeachment que não andam, é hora de andar, ou o problema não será mais Bolsonaro, mas todos nós, nosso senso de dignidade e de justiça.

Estamos vivendo o período natalino. Há 2021 anos, um perverso, com medo de que tivesse nascido uma criança que poderia vir a ser rei e retirá-lo do poder, mandou matar todas as crianças com menos de 2 anos. Por isso Herodes ordenou uma carnificina a fio de espada. Hoje, um perverso, com medo de perder o poder, ordena que o país se envolva e referende esse procedimento sórdido usando meios oficiais do Estado para impor sua crueldade ao país.

Não sejamos coniventes, não compactuamos com essa maldade. Vamos agir com todos os meios legais disponíveis. Toda a cidadania, partidos, associações científicas, médicas, de direitos humanos, todo o ativismo com base em valores civilizatórios precisam reagir. Nosso Natal não pode ser uma festa alienada e conivente com a repetição de uma tirania herodiana que expõe crianças ao risco de morte.

Por Roberto Rosa, Ativista Político.