O ator Daniel Ericsson, natural da Suécia, mas radicado em Cabo Frio, celebra a sua participação no aclamado filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, que está na disputa para representar o Brasil no Oscar 2025.

O longa, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, aborda a luta de uma mulher para descobrir o destino de seu marido desaparecido durante a ditadura militar. Em menos de um mês desde sua estreia, em 7 de novembro, o filme alcançou a marca de dois milhões de espectadores e, após conquistar o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza, agora busca um lugar entre os finalistas da maior premiação do cinema mundial.
“Este filme é importante por resgatar a memória do que foi o horror de uma ditadura brutal”, afirma Ericsson, que, embora tenha nascido na Suécia, se considera “cabo-friense de alma”. No filme, ele interpreta Vinicius, um agente militar envolvido na captura de Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello, que foi preso e desapareceu durante o regime militar nos anos 1970. Além das consagradas Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que interpretam a protagonista Eunice Paiva, o elenco conta também com grandes nomes como Selton Mello, e Ericsson marca presença como um dos destaques.
Radicado no Brasil desde a infância, Daniel é formado pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio de Janeiro, e também é ativo na cena teatral da Região dos Lagos. Ele leciona no Curso de TV e Teatro Marcelo Pires, com unidades em Cabo Frio e Rio das Ostras, onde ministra aulas de interpretação e realiza oficinas para jovens talentos. “Tenho alunos de 5 a 95 anos. E é gratificante ver como a minha trajetória no cinema inspira os estudantes de arte da nossa região, mostrando que é possível chegar a grandes produções”, comenta.
O ator também se dedica a uma adaptação para o teatro de O Sonho de um Homem Ridículo, de Dostoiévski, e vê sua participação em Ainda Estou Aqui como uma experiência de grande aprendizado, tanto como artista quanto como ser humano. “Foi profundamente enriquecedor, e é uma honra representar o Brasil em um projeto de tamanha relevância”, afirma Ericsson.
A trama de Ainda Estou Aqui gira em torno da jornada de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, que tenta descobrir o que aconteceu com seu marido, Rubens Paiva, um deputado cassado que se opôs ao regime militar e foi preso e desapareceu.

Com a seleção do filme para representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2025, Daniel destaca o impacto que o projeto tem no cenário internacional e no reconhecimento da história do Brasil. “É maravilhoso ver o mundo inteiro, incluindo a academia, reconhecendo a importância do nosso trabalho. Mas, para mim, o maior orgulho é ver o Brasil se redimir e se orgulhar de contar sua própria história”, reflete.
O ator acredita que o sucesso de Ainda Estou Aqui é apenas o início de uma nova era para o cinema brasileiro. “A recepção do público e os elogios que o filme tem recebido mostram que há uma nova onda de valorização do cinema nacional. Espero que isso seja o início de uma verdadeira ‘tempestade brasileira’ na sétima arte”, conclui.
