Sábado, Junho 7, 2025
InícioRegião dos LagosVereador Thiago Vasconcelos apresenta PL que proíbe em Cabo Frio uso de...

Vereador Thiago Vasconcelos apresenta PL que proíbe em Cabo Frio uso de verba pública para artistas que façam apologia ao crime e às drogas

Na última sessão legislativa da Câmara Municipal de Cabo Frio, realizada na quinta-feira (20), o vereador Thiago Vasconcelos apresentou o Projeto de Lei nº 0044/2025, que visa proibir a contratação, com recursos públicos municipais, de artistas, shows e eventos que façam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas. A proposta gerou debates acalorados entre os parlamentares, refletindo uma polêmica que tem se espalhado por diversas cidades brasileiras.

A discussão sobre a censura de artistas e o financiamento público de eventos culturais ganhou força recentemente, após casos como o do cantor de funk Oruam, que teve seu show cancelado em São Paulo por fazer apologia ao crime. Medidas semelhantes vêm sendo propostas em diversas câmaras municipais pelo país, geralmente sob o argumento de que o dinheiro público não deve financiar manifestações culturais que possam influenciar negativamente a juventude.

O projeto de Cabo Frio de autoria do vereador Thiago Vasconcelos estabelece que qualquer manifestação artística, musical, teatral, literária ou visual que exalte crimes, faça referência a organizações criminosas ou incentive o uso de substâncias ilícitas não poderá ser financiada pelo município. Além disso, prevê sanções para o descumprimento da norma, como o cancelamento do evento e a devolução dos valores pagos.

Durante a sessão, parlamentares de diferentes espectros políticos se manifestaram sobre a proposta. O presidente da Casa, Vaguinho Simão, foi um dos que se posicionaram sobre o tema, ainda que sem aprofundar o debate. Alguns vereadores aproveitaram a polêmica para reforçar discursos moralizantes, sem apresentar questionamentos técnicos ou jurídicos sobre a aplicabilidade da lei.

O vereador Thiago Vasconcelos justificou a necessidade da medida argumentando que o poder público deve zelar pela correta destinação dos recursos municipais e evitar a promoção de conteúdos que possam influenciar negativamente a juventude. Segundo ele, a proposta está alinhada a princípios constitucionais e políticas públicas de prevenção à criminalidade.

Apesar do intenso debate, a sessão legislativa não avançou em aspectos práticos da regulamentação e fiscalização da medida, deixando em aberto como será feita a análise do conteúdo das apresentações e quais critérios serão utilizados para definir a “apologia ao crime”. O projeto segue para discussão nas comissões da Casa antes de ser levado à votação final.

Fale Conosco