Terça-feira, Novembro 26, 2024
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Alunos da Escola Municipal Eraldo mussi visitam a exposição ‘A Casa e o Tempo’

Na tarde desta segunda-feira (25), a mostra recebeu alunos do terceiro ano da Escola Municipal Eraldo Mussi, das Malvinas, no Museu do Legislativo de Macaé, para visita à exposição ‘A Casa e o Tempo’. O encontro também contou com um grupo de funcionários da própria Câmara de Macaé, num convite especial do diretor da Casa, Maurício de Castro. “Queríamos proporcionar que servidores que ainda não tinham visitado conhecessem esse nosso patrimônio”. A mostra encerra a temporada nesta sexta-feira (29).

A professora Ana Clissy Caetano acompanhou sua turma. “Estamos fazendo um tour pela história de Macaé. Numa escola humanizada, a sala de aula é só o começo”. Moisés Neves, de 9 anos, disse ter ficado triste ao saber que um antigo dono do prédio, Francisco Domingues de Araújo, comercializou pessoas escravizadas. “Aprendi bastante coisa sobre a história dos negros e indígenas”.

Historiador e curador da exposição, o servidor Meynardo Rocha informa nas visitas o contexto histórico, com colonizadores, africanos e povos originários. Segundo ele, um escravizado jovem chegava a ser vendido por valores estimados em R$ 90 mil, em números corrigidos para os dias atuais. “Por ter um porto natural, em Imbetiba, a cidade, mesmo pequena, era porta para todo o Norte Fluminense. Chegava a haver 3.000 pessoas para serem comercializadas, um mercado mais rentável que a cana-de-açúcar”.

Quadro retrata o mercado da escravidão

Um dos registros mais terríveis é a reprodução do quadro do dinamarquês Paul Harro-Harring (1798-1870), Desembarque de Escravos Negros na Ilha de Santana, de 1840. A obra, exposta no Instituto Moreira Sales, no Rio, mostra pessoas num barco, presas a correntes, sendo açoitadas. O artista veio a Macaé, enviado por um jornal inglês, para denunciar o tráfico, que havia sido proibido no Brasil em 1831, mas continuava acontecendo ilegalmente.

“Foi a oportunidade de refletir sobre nossa história, de um tempo de grande crescimento econômico, mas às custas da escravidão”, disse a taquígrafa da Câmara, Maria de Fátima Ferreira Maissner.

Segundo Meynardo, os visitantes passaram de 3 mil, e devem chegar a 3,2 mil. Reportagens especiais da TV Câmara, no Youtube, resultaram em milhares de visualizações. Até o último dia, todos os horários para visitas guiadas estão preenchidos, mas é possível fazer visitas individuais.

Exposição “A Casa e o Tempo”
Horário: das 9h às 11h30 e das 13h às 16h30
Endereço: Centro Cultural do Legislativo

Avenida Rui Barbosa, 197, Centro (antiga sede da Câmara de Macaé)


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