O avanço das tecnologias tem colocado o mundo entre as realidades concretas e virtuais, desafiando a nossa própria existência, com mudanças velozes de paradigmas e abalos sísmicos nas relações sociais. Isto quer dizer que, com o avanço da tecnologia no século XXI, as pessoas tendem a se relacionar mais por meio de aparelhos eletrônicos em detrimento das modalidades tradicionais como os encontros presenciais.
Nesse sentido, podemos dizer que as relações interpessoais podem ser cada vez mais vulneráveis, ao passo que, a realidade do mundo virtual proporciona a escolha de novos amigos e novos amores facilmente, ou melhor dizendo, num simples “clique” em um dispositivo conectado à internet. Embora as novas gerações já absorvam os novos parâmetros de relacionamentos, como o novo normal, as identidades são forjadas a fim de chamar atenção das pessoas, pois vivemos a dicotomia entre mundo virtual e mundo real. Cada indivíduo pode assumir diferentes personalidades, mantendo relações pouco duradouras, além dos impactos e da repercussão no campo da comunicação social, com o fenômeno das fake news.
Essa fase de amor líquido que experimentamos a cada post, pode representar um declínio das sólidas relações humanas, posto que por meio de aparelhos como as redes sociais, a amizade, o amor e o respeito, são postos em xeque em um “metaverso” sem ética e sem limites. Mesmo essas ferramentas virtuais sendo importantes para conectar pessoas, ou mesmo reencontrar antigos amigos e conversar com algum parente que esteja distante, elas não substituem a realidade das verdadeiras sensações humanas de com as sensações, do toque, do cheiro, do calor humano e o vínculo afetivo que se estabelece com a interação.
A despeito da resistência daqueles que vêem a tecnologia como um futuro sem volta, vale dizer que neste cenário de nova realidade híbrida entre o real e o virtual, teremos uma longa jornada a percorrer. Fato é que, já vivemos uma nova dimensão em que passado, presente e futuro se encontram ampliando ainda mais os nossos conflitos existenciais. Ser ou não ser, eis a questão!
Por Roberto Rosa.