Terça-feira, Abril 22, 2025
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Caso empresário envenenado com brigadeirão: audiências começam com testemunhas e revelações sobre trama articulada por psicóloga e espiritualista de Cabo Frio

Julgamento do caso Luiz Marcelo começa com depoimentos e revela detalhes da trama envolvendo envenenamento, disputa por bens e influência espiritual

Se deu início nesta segunda-feira (7) as audiências de instrução do processo que apura a morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, assassinado em maio de 2024 em circunstâncias que chocaram o país. Essa fase é considerada essencial para o avanço do julgamento, já que permite ao juiz analisar os depoimentos e provas reunidas até o momento, com o objetivo de definir a responsabilidade de cada um dos envolvidos.

A primeira audiência contou com o depoimento de 11 testemunhas intimadas pela Justiça, entre elas dois policiais. Os holofotes recaem sobre Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, psicóloga e namorada da vítima, que está presa desde junho do ano passado. Segundo as investigações, foi ela quem serviu um brigadeirão envenenado a Luiz Marcelo — sobremesa que teria sido o veículo para a substância letal encontrada em seu organismo.

Outro nome central no inquérito é o de Suyany Breschak, também conhecida como Esmeralda. Natural de Cabo Frio, Suyany atuava como conselheira espiritual de Júlia e foi apontada pela Polícia Civil como a mentora do crime. O delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), afirmou que Suyany orientou a execução do assassinato e tinha interesses financeiros claros no desfecho fatal. Ela também foi presa preventivamente.

As investigações revelaram que Júlia e Suyany teriam elaborado um plano para se apropriar do patrimônio de Luiz Marcelo, estimado em mais de R$ 75 mil em bens diversos, além de uma suposta dívida de R$ 600 mil, da qual R$ 200 mil já teriam sido pagos. Itens como duas pistolas, 12 relógios, joias, computadores, celular e até um ar-condicionado foram desviados. Esses objetos chegaram às mãos de Leandro Jean Rodrigues Cantanhede e Victor Ernesto de Souza Chaffin, que foram indiciados por receptação após tentarem vender os bens da vítima.

Luiz Marcelo foi visto com vida pela última vez no dia 17 de maio de 2024, registrado pelas câmeras do elevador de seu prédio. Três dias depois, seu corpo já em decomposição foi encontrado no apartamento que dividia com Júlia. Em depoimento inicial, a psicóloga tentou afastar suspeitas, alegando que ele apresentava sintomas provocados por remédios para dormir. No entanto, a análise toxicológica e o laudo da necropsia confirmaram a presença de altas doses de medicamentos e achocolatado no estômago da vítima, ligando diretamente a sobremesa à causa da morte. Júlia chegou a ficar foragida por dez dias antes de se entregar à polícia, no dia 28 de maio.

Agora, com o processo judicial em curso, a expectativa é que as audiências tragam mais clareza sobre o papel de cada acusado e aprofundem as revelações sobre o que teria motivado esse crime que envolveu manipulação emocional, interesses financeiros e a suposta influência de práticas espirituais.

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