O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da atribuição originária criminal do procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, participa, nesta segunda-feira, 14, em conjunto com a Polícia Federal e Receita Federal, do cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas ligadas a um deputado estadual Thiago Rangel (PMB).
A operação, denominada “Postos de Midas”, é resultado de uma investigação da Polícia Federal que apura crimes de organização criminosa, fraude em licitações e lavagem de dinheiro relacionados à Prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
Segundo as investigações, os crimes ocorrem em 2021 e envolvem um esquema de lavagem de dinheiro operado através de postos de gasolina. O grupo frauda procedimentos licitatórios para desviar recursos públicos.
A investigação começou a partir do compartilhamento de provas depois após a prisão de um assessor do deputado, que foi autuado em flagrante em setembro de 2022 pela prática de corrupção eleitoral.
A partir de então, a polícia começou a levantar informações a respeito do deputado. O mesmo assessor é doador de campanha na eleição deste ano de Thamires Rangel, filha do deputado Thiago Rangel, a vereadora mais jovem eleita no país, com 18 anos de idade.
Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nos municípios de Campos, Cabo Frio, Itaguaí e Rio de Janeiro. As diligências também ocorrem na Diretoria de Aquisições da Câmara de Vereadores de Campos, na Prefeitura de Campos, na Empresa Municipal de Habitação (EMHAB) e na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). As medidas foram autorizadas pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
Aumento de patrimônio
O nome da operação faz referência ao crescimento exponencial do patrimônio do investigado que, de acordo com sua declaração de bens, cresceu 780% em 2 anos.
Em 2020, quando concorreu ao cargo de vereador pelo Campos dos Goytacazes, Thiago declarou um patrimônio de R$ 224 mil, composto por dois veículos, participação no valor de R$ 60 mil em um posto de gasolina e um jet-sky.
Já em 2022, quando concorreu ao cargo de deputado estadual, declarou um patrimônio de mais de R$ 1,9 milhão, composto de 18 postos de combustíveis e 12 de empresas identificadas na investigação.
De acordo com as investigações, em 2014 Thiago Rangel trabalhava como motorista e tinha salário de R$ 1 mil.