O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou Wagner dos Santos Carneiro, conhecido como Waguinho, ex-prefeito de Belford Roxo (RJ), para comandar a PortosRio, estatal responsável pela administração dos portos públicos federais no estado do Rio de Janeiro, incluindo os terminais do Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói, Forno e Angra dos Reis .
A nomeação, divulgada nesta terça-feira (13), é vista como parte da estratégia do governo para fortalecer alianças políticas, especialmente com o Centrão, e recompensar o apoio de Waguinho nas eleições de 2022, quando atuou como um dos principais articuladores de Lula na Baixada Fluminense .
No entanto, a escolha gerou desconforto entre aliados do governo e membros do PT. Waguinho é casado com a deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), que ocupou o cargo de ministra do Turismo entre janeiro e julho de 2023. Durante sua gestão, Daniela foi associada a figuras suspeitas de envolvimento com milícias em Belford Roxo, o que levantou questionamentos sobre a proximidade do casal com esses grupos .
Além disso, Waguinho é visto como um aliado próximo do ex-deputado federal Eduardo Cunha, protagonista do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o que acentua as críticas internas à sua nomeação .
Apesar das controvérsias, o atual presidente da PortosRio, Francisco Leite Martins Neto, deverá permanecer na diretoria da estatal, conforme informações de assessores do presidente .
A decisão de Lula reforça a estratégia de consolidar apoio político em regiões estratégicas, como a Baixada Fluminense, visando à reeleição em 2026. No entanto, a nomeação de Waguinho reacende debates sobre o avanço do Centrão em áreas-chave do governo e a necessidade de equilibrar alianças políticas com critérios técnicos na gestão pública .