Quarta-feira, Março 19, 2025
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Câmara de Vereadores omissa e a tragédia política de Cabo Frio

As eleições municipais ficaram para trás, mas a esperança de renovação que moveu tantos eleitores começa a dar lugar à dura realidade do cotidiano. Em Cabo Frio, o prefeito eleito, Dr. Serginho, tem surpreendido. Com um ritmo acelerado de trabalho, ele já promoveu entregas importantes e deu um necessário choque de ordem na cidade. No entanto, por mais que o Executivo avance, isso não basta.

É preciso que os vereadores também façam sua parte — e que essa parte vá além da zona de conforto onde muitos parecem acomodados. Fingir que trabalham não resolve os problemas da cidade, que clama por representantes comprometidos com suas reais aflições. Saúde, educação, iluminação pública, saneamento básico — essas e tantas outras demandas exigem atenção, responsabilidade e ação.

O problema é que muitos vereadores, já calejados pelo tempo excessivo no cargo, parecem ter se tornado parte do mobiliário da Câmara Municipal. Estão lá há tanto tempo que começam a criar mofo nas paredes do Legislativo cabo-friense. E, enquanto isso, a cidade paga caro: cerca de R$ 30 milhões por ano para manter esses 17 parlamentares.

E o que a população recebe em troca? Indicações e requerimentos que, na prática, pouco resolvem. São ações meramente protocolares, um jogo de cena para acalmar suas bases — gente humilde que sofre há anos com a omissão do poder público.

Os vereadores precisam lembrar que não estão lá apenas para fazer política de bastidor ou para atender interesses próprios. Eles são pagos para fiscalizar, legislar e buscar soluções para os problemas da cidade. Infelizmente, há casos de vereadores que sequer conhecem o regimento interno da Câmara. Outros aprovam projetos a toque de caixa, ignorando a Constituição. E ainda há aqueles que comparecem a audiências públicas da saúde e das finanças sem sequer ler os relatórios que serão enviados ao Tribunal de Contas.

Essa postura negligente contribuiu para o buraco financeiro que pode chegar a R$ 1,5 bilhão — uma herança maldita deixada por prefeitos irresponsáveis e vereadores omissos, que preferiram encher os próprios bolsos em vez de defender os interesses da população.

A Câmara Municipal não pode ser palco de um grande teatro. Cabo Frio precisa de vereadores que honrem seus mandatos e cumpram o papel essencial que lhes cabe: ser a voz ativa do povo, com coragem para enfrentar os problemas e compromisso para encontrar soluções.

Acordem, senhores vereadores. A cidade já não suporta mais o silêncio ensurdecedor da inércia política. Lembrem-se: Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a chegada da  primavera.

Por Alexy Paris

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