Sábado, Maio 24, 2025
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RIO DE JANEIRO, UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA

A tragédia anunciada aconteceu. Não se sabe ao certo se teremos novas eleições no Rio de Janeiro ou se teremos um governo repleto de judicialização e escândalos sucessivos. Ainda não sabemos se a Alerj das urnas do dia 03 de Outubro será a mesma do dia 02 de Janeiro. A polarização ideológica entre esquerda e direita lobotomizou a mente do senso popular de tal forma que o que mais importa foi ser escanteado pelo voto: o futuro do Estado do Rio de Janeiro. 

É notória a condição insolúvel do Estado nas áreas fiscais e administrativas, pois não há como fechar as contas da máquina pública e o caos tende a piorar. Nesse caso, nem podemos atribuir a culpa à Lei de Murphy ou a qualquer outra casualidade, o suicídio político-institucional se deu propositalmente pelo eleitor que, comprado ou não, preferiu optar por uma impossibilidade lógica a uma possibilidade real. 

A verdade é que a grande campanha de descredibilização das instituições de Estado deu certo. A certeza da impunidade foi tão grande que nenhum político ligado à máquina do Estado e a seu poderio econômico se fez de rogado em utilizar-se de toda e qualquer prerrogativa para comprar votos, núcleos de base eleitoral, prefeitos, polícia, e se cutucar direitinho, até operadores do direito como juízes, procuradores e desembargadores. Ninguém faz o que Cláudio Castro e seus aliados fizeram sem a certeza da impunidade garantida. E o pior é que, no final, eles ainda se julgam “INJUSTIÇADOS”.

Infelizmente, entre o sofismo de Górgias e a verdade socrática, a platéia tende a crer naquilo que mais lhe agrada ainda que tenha que pagar com decadência e sofrimento. O segredo da retórica sempre foi agradar a platéia sem nenhum compromisso com a verdade. A causa nefasta desse quadro sujo em que se tornou a política do Rio de Janeiro é que o povo demonstrou com 58% dos votos no primeiro turno, que não está interessado em limpá-lo. Isso só favorece a quem está habituado a nadar na lama pois é seu habitat natural. 

Caminhamos para mais quatro anos de máquina atravancada, instituições paralisadas e serviços essenciais sucateados. Veremos mais caos, abandono, violência, descaso, sujeira e escândalos expostos nesses próximos meses do que jamais vimos nos últimos 30 anos. E em pensar que esses foram aqueles que se diziam patriotas, defensores dos valores da família e usaram em toda sua trajetória o nome de Deus. Eu, pessoalmente, acho que até Deus se cansou de tudo isso. E assim vamos vivendo dos restos na “… cidade da beleza e do caos.”

Por Mardonio Gomes

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