O ex-policial civil e advogado Carlos Daniel Dias André, de 40 anos, foi morto na manhã desta terça-feira em Piratininga, Niterói, Região Metropolitana do Rio. Equipes da Polícia Militar estão no local. Os tiros foram de um motociclista que passou e efetuou disparos contra o carro blindado. O crime aconteceu na esquina das avenidas Adolfo Bezerra de Menezes com a Conselheiro Paulo de Melo Kalle. De acordo com as primeiras informações, Carlos Daniel estava parado no sinal com o filho, que saiu ileso do ataque. Ao ser alvejado, o advogado perdeu o controle da direção do carro e bateu na traseira de um Citröen C3. Atualmente, atuava na defesa de Daniel Aleixo Guimarães, um dos réus pela morte do investidor Wesley Pessano e apontado nas investigações como braço direito de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”. Ele também fazia a defesa do cantor Belo.
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O dono do Citröen contou ao jornal EXTRA que estava parado, pouco antes das 8h, quando o sinal abriu e ele escutou um disparo. Em seguida, disse que a Hilux bateu em sua traseira. Para não colidir com um ônibus articulado que passava no local, ele desviou e bateu no poste, derrubando parte do sinal da via.
— Foi tudo muito rápido. Aconteceu quando o sinal ficou verde. Eu escutei um tiro e senti o impacto — contou o homem, que acrescentou:
— Desci correndo para saber o que estava acontecendo e para tentar salvá-lo. Mas o filho disse que ele já estava morto.
Às 9h59, peritos da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI) chegaram ao local para periciar o corpo. A Polícia Civil informou que “a DHNSG foi acionada e que agentes estão em diligências para apurar a autoria e a motivação do crime”. Segundo a PM, policiais do 12º BPM (Niterói) foram até o local para a ocorrência com uma vítima de disparo de arma de fogo após ser “abordada por dois criminosos em uma motocicleta, que atiraram”, diz trecho da nota.
Pouco depois das 10h40, os agentes da DHNSGI fizeram a perícia no carro e no corpo e em seguida um carro de remoção da Defesa Civil retirou o corpo e o levou para o Instituto Médico-Legal (IML) de Niterói.
Em 2011, o então inspetor foi preso, em novembro, pela Polícia Federal por escoltar bandidos em fuga da comunidade. Ele foi um dos responsáveis pela retirada do chefe do tráfico no Morro de São Carlos, na época, Anderson Rosa Mendonça, conhecido como Coelho, e, na Rocinha, de Sandro Luiz de Paula Amorim, conhecido como Peixe, por ocasião da ocupação para a instalação da UPP.
Em 2012, Daniel foi condenado a 12 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de tráfico de drogas, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e favorecimento pessoal. Ele terminou a faculdade de Direito em 2015, enquanto ainda estava atrás das grades, e tirou o registro na Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB).
Atuação como advogado
Numa cartela de clientes que estão à frente dos holofotes em casos que ganharam repercussão na mídia, Daniel também era advogado do policial civil Jorge Luiz Camillo Alves. O inspetor foi preso, em janeiro de 2020, durante a operação Os Intocáveis II, acusado de envolvimento com a milícia que age em Rio de Pedras, na Zona Oeste do Rio. Na época, ele era o braço direito da delegada Adriana Belém, então titular da 16ª DP (Barra da Tijuca).
Recentemente, Camilo é citado na denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) da Operação Calígula, deflagrada no último dia 10. Segundo o texto, ele estava presente no encontro entre Ronnie Lessa e Adriana Belém após fechamento de uma casa de apostas e apreensão de 80 máquinas caça-níqueis, em junho de 2018. Ainda de acordo com o documento, após a liberação das máquinas, Camillo teria enviado um áudio para Ronnie pedindo que o sargento providenciasse “resultados de um exame”. De acordo com o MPRJ, exame seria um código para uma cobrança feita pela devolução do material para a quadrilha do contraventor.
Fonte: Extra