A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Políticas e Defesa dos Direitos das Mulheres e da Escola Municipal de Administração (EMAR), realizou nesta quarta-feira (27/08) a roda de conversa “Ser H: reflexões sobre masculinidade, violências e novas atitudes”. Esta é uma das atividades que marcam no município os 16 Dias de Ativismos pelo Fim da Violência contra a Mulher (de 25 de novembro a 10 de dezembro).
O evento aconteceu no auditório da EMAR, no Centro, e foi aberto com a exibição do documentário ‘O Silêncio dos Homens’, uma produção do movimento Papo de Homem em parceria com o Consórcio de Informações Sociais (CIS) da USP. Após um intervalo, o psicólogo Paulo Sarcon iniciou o debate com a plateia presente – que incluiu um grupo de jovens aprendizes do Instituto Brasileiro Pró-Educação, Trabalho e Desenvolvimento (ISBET) –, questionando os processos socializadores pelos quais os homens passam desde crianças.
“São várias as nuances que nos formaram como homens. A ideia de ‘não chorar’, a forma violenta e viril na hora de se expressar e outras. Se ‘aprende a ser homem’ na infância e na juventude desta forma, mas também se pode aprender no cuidado e no respeito, é isso que queremos mostrar”, explicou Sarcon, que atua na Secretaria da Mulher do Governo do Estado.
Outro que falou aos presentes foi Flávio Becker, que é coordenador do recém-criado Grupo de Reflexão de Homens em Situação de Violência Doméstica, vinculado á Secretaria de Políticas e Defesa dos Direitos das Mulheres de Maricá. Segundo ele, o perfil da violência contra a mulher na cidade se concentra na parte psicológica e patrimonial.
“O índice de violência física até existe, mas é bem pequeno se comparado a cidades maiores. As ocorrências que temos têm uma origem mais presente em fatores que criam dependência da pessoa que sofre. Nosso objetivo é combater a reincidência dessa violência e, por isso, queremos que cada vez mais homens frequentem nosso grupo quando ele começar efetivamente”, disse Flávio Becker. As atividades do grupo devem começar já no mês que vem.
Já a professora da EMAR, Luciana Bittencourt, explicou que, oficialmente, Maricá mantém em seu calendário os 16 dias de combate à violência contra a mulher, mas nacionalmente o período é de 20 dias, contando a partir do Dia da Consciência Negra (20 de novembro), quando se iniciam os eventos.
“Sempre aproveitamos o Novembro Azul, quando a saúde do homem é abordada, para falar também sobre a luta contra essa violência, dentro do que diz a lei Maria da Penha. Aqui na EMAR temos uma série de outras atividades, presenciais e online, todas disponíveis em nosso site”, indicou Luciana, que é doutora em Política Social e Direitos Humanos. O endereço é www.emarmarica.com.br .
Nesta quinta-feira (28/11), às 20h, de Youtube Cultura, Gênero e Direitos Humanos, será transmitida a live: “Reflexões sobre Gênero e Masculinidades na Prevenção à Violência contra a Mulher”, numa parceria da EMAR, com a ReBEDH RJ e o Coletivo Psicanálise, Educação e Cultura. A transmissão será feita pelo canal do YouTube ‘Cultura, Gênero e Direitos Humanos’. Para acompanhar, basta acessar o link: https://www.youtube.com/live/NEHAYt7D6cA?si=OS2LgcurXWnSwauB .