Domingo, Novembro 24, 2024
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O Parque Natural Municipal do Mico-Leão-Dourado, em Cabo Frio, segue cadastrando e monitorando os micos da região

O processo de registro dos micos-leões-dourados conta com coleta de material biológico para análises clínicas e muito mais

Visando a preservação da Mata Atlântica, que é o foco do cuidado com o meio ambiente no estado do Rio de Janeiro, a Prefeitura de Cabo Frio está empenhada na conservação da espécie considerada “em risco de extinção”, que é a do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia). Em Tamoios, no bairro Centro Hípico , o Parque Natural Municipal do Mico-Leão-Dourado é a chave para o cadastro e monitoramento da população de indivíduos e o crescimento populacional. A ação garante resultados expressivos na preservação, identificação e educação ambiental no município.

O Programa de Manejo, Saúde e Conservação dos Micos-leões-dourados é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento que realiza a contagem, coleta de materiais biológicos para análise laboratorial para monitorar a saúde de cada indivíduo, marcação permanente e inserção no banco de dados da Polícia Federal. Desde o início do programa, 39 animais foram registrados.

A bióloga da Unidade de Conservação acompanha de perto os micos em gestação. Além disso, com apoio da Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), os primatas capturados e analisados em 2023 estão em constante monitoramento e receberam a vacina contra a febre amarela.

A prefeita Magdala Furtado acompanha as ações e transformações ambientais que o Parque está realizando em Cabo Frio. Segundo ela, o parque atrai visitantes da região e internacionais.

“O parque é um local de extrema importância para o distrito de Tamoios, é um lugar lindo e que desenvolve diversas atividades para os municípios vizinhos. Nós temos que preservar e conhecer nossas Unidades de Conservação e os animais de Cabo Frio que estão em risco”, ressaltou a prefeita.

Segundo a secretária de Meio Ambiente e Saneamento, Rosalice Fernandes, as atividades desenvolvidas no local contribuem para o crescimento populacional dos macacos: “Ainda são desenvolvidas diversas atividades de educação ambiental com foco nas crianças, jovens e adultos que o parque recebe. Em média, a unidade recebe 150 visitantes semanalmente e 280 alunos de instituições de ensino apreciam as belezas naturais, a Mata Atlântica e os animais silvestres presentes na vegetação”, completou.

A espécie é um dos símbolos da luta pela conservação biológica, presente apenas na Mata Atlântica brasileira e em alguns municípios do Estado do Rio de Janeiro, como em Cabo Frio. Atividades antrópicas, como o desmatamento, queimadas e o tráfico ilegal de animais silvestres, infelizmente, contribuem para a redução das populações de mico-leão-dourado.

Cabo Frio no combate à caça e tráfico da fauna silvestre brasileira

O Parque Natural Municipal do Mico-Leão-Dourado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e em parceria com Instituto EcoVida, Guarda Marítima Ambiental e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima vem realizando diversas ações na preservação do mico-leão-dourado. Uma delas, está inserida dentro do Projeto Manejo, Saúde e Conservação da espécie, associado e coordenado pelo doutor primatologista e médico veterinário Daniel Pereira que auxilia em conjunto com a equipe do parque ações de fiscalização a denúncias de crimes ambientais, projetos de educação ambiental e plantio de 60 mil mudas de árvores nativas nos últimos dois anos.

Além das diversas iniciativas, um estudo em andamento também acontece em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde técnicas inovadoras de reflorestamento estão sendo executadas a fim de minimizar impactos de áreas de floresta degradadas.

Segundo o veículo de comunicação Fauna News, a notícia de que 20 Leontopithecus rosalia juntamente com outros animais silvestres foram capturados em um veleiro na costa de Togo, país Africano, vítimas do tráfico internacional da fauna silvestre deixou representantes do Parque do Mico-Leão-Dourado em alerta.

Segundo a bióloga Bianca Fernandes, o caso foi divulgado pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) e veiculado em um dos principais veículos de comunicação sobre crimes ambientais, o Fauna News.

“A equipe atua diretamente na preservação do primata. É lamentável essa notícia, principalmente, porque o animal encontra-se em risco de extinção e é endêmico, ocorrendo exclusivamente na Mata Atlântica, no Estado do Rio de Janeiro, sendo Cabo Frio uma das poucas cidades que é refúgio da espécie”, explicou.

A Prefeitura de Cabo Frio, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento, está cautelosamente cuidando da saúde e preservação dos micos presentes no município e juntamente com os órgãos responsáveis, o número da espécie é crescente e gira em torno de 4.800 indivíduos na natureza brasileira e o município contribui para esse crescimento.

Vale ressaltar que o tráfico de animais silvestres é crime e está previsto pela Lei nº 5.197 de 3 de janeiro de 1967. A pena para os crimes de quem realiza a comercialização, caça e perseguição de animais em seu habitat varia de 6 meses a 1 ano e multa, com possibilidade de aumento em casos onde o indivíduo usa um animal silvestre em extinção.

O Mico-leão-dourado é a bandeira da preservação da Mata Atlântica!