Sábado, Novembro 23, 2024
InícioEstado do RioFARAÓ DO BITCOIN - Glaidson Acácio e mais 16 pessoas viram réus...

FARAÓ DO BITCOIN – Glaidson Acácio e mais 16 pessoas viram réus em processo criminal

O dono da GAS Consultoria Bitcoin, Glaidson Acácio dos Santos, e mais 16 pessoas viraram réus nesta terça-feira (5). Eles foram denunciados por participação em um esquema ilegal de investimentos em criptomoedas (entenda abaixo).

A denuncia foi aceita pelo juiz Vitor Valpuesta da 3ª Vara Federal na segunda-feira (4). Os 17 responderão por crimes contra o sistema financeiro nacional como gestão de organização financeira sem autorizaçãogestão fraudulenta e organização criminosa.

De acordo com a denúncia, Glaidson teria “gerido fraudulentamente a instituição financeira por eles pretensamente operada” através da GAS e da empresa gerida por sua mulher, Mirelis Zerpa – que está foragida.

De acordo com as investigações, Glaidson e Mirelis teriam “promovido, constituído, financiado e integrado, pessoalmente, de modo estruturalmente ordenado e com divisão de tarefas, organização criminosa preordenada à prática de crimes contra o sistema financeiro, contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro auferido desses crimes, valendo-se, para tanto, de extensa rede de pessoas físicas e jurídicas, atuantes no Brasil e no exterior”.

O casal, ainda segundo as investigações, captou e geriu recursos de terceiros e ofertou valores mobiliários à margem das autoridades de controle.

10% ao mês de lucro

A GAS Consultoria Bitcoin prometia 10% de retorno do dinheiro investido por mês aos clientes e dizia obter esses ganhos no mercado de criptomoedas.

Segundo a investigação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), que levou à prisão de Glaidson, a firma nem sempre chegava a investir em bitcoins – os lucros eram pagos aos clientes enquanto o dinheiro de novos clientes captados entrava.

A investigação aponta que foram movimentados pelo menos R$ 38 bilhões pelo grupo de Glaidson.

De acordo com a denúncia, o esquema teria se profissionalizado em 2018 e perdurado, ao menos, até 25/08/2021, quando foi deflagrada a “Operação Kryptos”, que levou Glaidson e outros suspeitos à prisão.

A denúncia cita ainda que Mirellis “seria pessoa com amplo conhecimento do mercado de criptomoedas e acesso às carteiras de investimento do grupo” e que, mesmo após a operação, “teria realizado diversos e sucessivos saques, no total de 4330.737326 Bitcoins (BTC), a representar, ante cotação média de 31/08/2021, R$ 1.063.070.463,56″.