Domingo, Novembro 17, 2024
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O uso das gírias em nosso cotidiano. Então, “pega a visão” !

Considerado um recurso polêmico por muitos, as gírias são a marca viva da cultura e do tempo na língua falada e até mesmo na escrita de um país.Pai, pega a visão, começou meu filho a conversa, ao me contar uma história. Fiquei montando  na minha mente a visão daquilo que ele queria me dizer. Usou uma gíria para ter uma rápida comunicação. 

Uma gíria faz parte da comunicação e, muitas vezes, contribui para o rápido entendimento entre as pessoas. Normalmente criadas e difundidas pelos jovens, algumas ultrapassam gerações. No caso do português falado no Brasil, o universo das gírias tupiniquins expressa o colorido das regiões, enchendo a língua portuguesa de carinho e graça. 

As gírias atuais nos remetem a uma linguagem digital, passando por grupos representados por estilos musicais, como é o caso por exemplo dos gêneros musicais, funk e sertanejo. As gírias brasileiras são o registro linguístico da vida como ela é, assim como o dramaturgo Nelson Rodrigues também eternizou em sua produção literária. Começando nossa jornada pelas nossas raízes, as palavras indígenas foram a origem de diversas gírias brasileiras que continuam atuais:

Capenga: tudo que esteja com as pernas bambas ou sem apoio firme.

Jururu: palavra indígena que indica estado de desânimo ou tristeza.

Pindaíba: falta de dinheiro.                                                                                                                                            

Como um país multicultural, muitas influências externas chegaram ao nosso país, sendo a africana uma das mais importantes. Algumas das gírias antigas de origem africana sobreviveram ao tempo e continuam sendo gírias atuais. Palavras como:    

Bunda: é um aportuguesamento do quimbundo mbunda.

Caçula: filho mais novo.

Moleque: menino.                                                                                                                                                       

As gírias nordestinas representam a riqueza cultural desta região, tanto na literatura como na música. O Nordeste concentra uma parte importante do folclore brasileiro com forte influência africana e indígena do início da colonização. Essa região traz expressões como:

Aperreado: é o mesmo que estar aborrecido, chateado.

Avexada: apressada, impaciente.

Mangar: é o mesmo que fazer graça com alguém.                                                                                                      Nos últimos 50 anos, o Rio se tornou uma das capitais da indústria cultural brasileira e com isso muitas gírias cariocas se tornaram conhecidas em todo o país:

Papo reto: ir direto ao ponto.

Sinistro: algo muito bom ou muito mau, dependendo do contexto em que é utilizada.

Mais recentemente, o Estado do Rio de Janeiro se tornou o berço do funk e as gírias cariocas se multiplicaram em expressões como:

Bonde: Grupo de amigos da mesma comunidade.

Bolado: Surpreso, confuso ou preocupado com determinada atitude ou reação de outra pessoa. Aborrecido ou chateado.

Free: de graça.                                                                                                                                                                 Pois é bicho, mermão se você lembrar de alguma coloca aí embaixo nos comentários, valeu. 

E segue o baile. Roberto Rosa.