A temporada de exonerações em Cabo Frio está a todo vapor. Há muito tempo que o Diário Oficial do município não recebe tantas consultas. Além dos contratados que estão indo trabalhar sem sequer, saberem que foram exonerados, há uma incerteza no que se colocará no lugar. Vários setores da sociedade organizada estão perdidos sem referência do que fazer devido ao hiato de decisões do governo e das medidas atabalhoadas que têm interferido ou atravancado os trabalhos no município. A saúde não funciona, obras anunciadas estão abandonadas e personagens no mínimo estranhos têm aparecido nos principais escalões da administração pública. Ainda há aqueles personagens remanescentes que estão quietos e mudos sob a infame justificativa do pragmatismo.
Tiro pelos companheiros do meu partido PSB que, após passarem por uma auto reforma em que uma das resoluções pétreas, era não apoiarem ou participarem de nenhuma campanha ou governo de políticos ligados a partidos bolsonaristas sob pena de expulsão, ainda estarem ocupando cargos no governo do PL de Jair Bolsonaro, inclusive com a figura do próprio presidente da legenda ocupando cargo de segundo escalão em Tamoios.
A confusão é tamanha que a prefeita tem desmarcado reuniões importantes e não tem conseguido cumprir a própria agenda. Nesta semana deixou o trade turístico na calçada da prefeitura e sequer ofereceu uma água na sombra fresca da sala de espera de seu gabinete. A equipe de obras inexiste e os agentes da Mobilidade Urbana sequer possuem senhas para emitir DAM ( Documento de Arrecadação Municipal) para que os turistas que chegam à cidade paguem as taxas obrigatórias.
A educação está acéfala e por mais que o SEPE Lagos comemore algumas migalhas prometidas pela prefeita, há que se saber que isso não é “bondade” e sim porque a prefeita sequer tem idéia do que fazer com a educação.
Não se sabe sequer como está sendo feito o ordenamento de despesas da prefeitura, já que nem as OS’s despachadas em ata têm assinaturas dos secretários. O que mais impressiona é a leniência do presidente da Câmara, atual donatário da Secretaria de Turismo do município, em sequer questionar tamanha baderna já que a imprensa local não cumpre esse papel.
Precisamos lembrar que o dever do povo e de suas instituições em uma democracia é cobrar dos poderes constituídos, gestão, zelo e transparência com a coisa pública. O que está sendo discutido nos cafés, nos bares e nas repartições é que se um governo que não sabe sequer montar um balcão pra despachar pão com manteiga e um copo de café com leite ao trabalhador será capaz de organizar o staff burocrático necessário para se gerir a principal cidade da Região dos Lagos.
Todos nós sabemos que não é fácil, que estão no começo, que a prefeita acorda cedo e dorme tarde, mas o povo também sabe que ela não está sozinha e que suas retaguardas são bem experimentadas. Vamos seguir aguardando e tocando nossas vidas como der esperando mais figuras como “Bill da Piscina” aparecerem e, quem sabe, não descobriremos em breve novas lideranças promissoras e republicanas como o fenômeno chamado Júnior Furtado: O futuro de Tamoios? É isso. Como diz a prefeita: “Vamos chegar lá!”
Por Mardonio Gomes
