Preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, por destruir o relógio de Dom João VI durante os atos golpistas no Palácio do Planalto, Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos, tem uma extensa ficha corrida na Justiça. Ele ainda responde a uma ação no Tribunal de Justiça de Goiás por receptação de um carro roubado.
De acordo com os registros,rante pelo crime em novembro 2014. O andamento processual do TJ-GO mostra que o processo encontra-se suspenso porque o mecânico não havia sido encontrado para ser citado. Neste tipo de caso, a ação pode ser retomada após a notificação.
Além da acusação de receptação, Antônio Cláudio respondeu a outros três processos que já foram arquivados pela Justiça goiana. Em um deles, também chegou a ser preso em 2017 sob a acusação inicial de tráfico de drogas, mas que depois foi considerado como porte. Ele foi condenado ao pagamento de multa e ao comparecimento em uma clínica de reabilitação. No arquivo do TJ-GO consta que a pena foi cumprida.
O mecânico já havia sido autuado anteriormente por porte de drogas em novembro de 2014, quando assinou termo circunstanciado no 1º Juizado Especial Cível e Criminal da cidade.Na decisão, contudo, o juiz responsável pelo caso considerou se tratar de consumo próprio, não havendo nenhuma indicação que houvesse “dano ou perigo concreto a bem jurídico de terceiros, não havendo que se falar na proteção da saúde pública”.
Um mês depois, assinou um novo termo circunstanciado por ameaça, também já arquivado. Esse tipo de autuação é utilizado nos casos de infração de menor potencial ofensivo, substituindo o inquérito policial.
Nos registros da Polícia Civil do estado consta ainda que, em junho de 2021, foi a vez de o mecânico procurar a 1ª Delegacia Distrital de Catalão para comunicar ter tido um desentendimento com um colega de trabalho em uma oficina de pintura de carros. Segundo ele, o rapaz o ameaçou, dizendo a seu chefe: “Fala para o Antônio ficar esperto e não olhar muito não, senão vou pegar ele e não vai sobrar nada”.
Quatro pessoas, ao assistir imagens da câmera de segurança do Palácio do Planalto que mostra o relógio sendo destruído durante a invasão golpista, confirmaram se tratar de Antônio Cláudio. Uma das testemunhas é a própria irmã do mecânico, que disse que estar “muito triste” e “preocupada” com a situação.
— Fiquei sabendo que era ele mesmo pela reportagem (do Fantástico, da TV GLOBO), que eu vi que era ele. Eu queria até saber notícias de onde ele está. A gente acaba ficando preocupada. Pelas atitudes dele, eu vi que o que ele fez é muito errado. Mas estou preocupada porque não sei se ele foi preso e onde está — afirmou Rosinaline Alves Ferreira.