Sábado, Maio 17, 2025
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Oruam crítica o Estado e homenageia segurança do traficante TH

O rapper Oruam usou as redes sociais para homenagear Daniel Falcão dos Santos, conhecido como Gotinha, morto durante uma operação da Polícia Militar no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, na última terça-feira (13). Gotinha era apontado como segurança pessoal de Thiago da Silva Folly, o TH da Maré, líder da facção Terceiro Comando Puro (TCP), também morto na ação.

Ao lado de uma foto com Gotinha, publicada no X (antigo Twitter), Oruam escreveu: “O Estado tá matando nós em um ciclo infinito e tá rindo da nossa cara. Eu odeio essa guerra de facção. Quando o Estado mata um menor novo da forma que fez, ele diz que não quer consertar a bagunça, só fazer um banho de sangue”.

Nos stories do Instagram, o artista voltou a criticar a política de segurança pública e a criminalização da juventude das favelas. “Menor de fuzil é crítica social. Ninguém nasceu ruim, não. Antes de nós nascer já tinha maldade no mundo. Nós só conheceu ela, e infelizmente uns não têm oportunidade. Essa foto é independente de facção. Tá 10×0 pro Estado”, escreveu.

A homenagem repercutiu nas redes e provocou reações diversas. Oruam é filho de Marcinho VP, um dos chefes históricos do Comando Vermelho — facção rival ao TCP. Para alguns, a postagem foi vista como um gesto de empatia e denúncia das raízes sociais da violência nas comunidades.

Gotinha morreu durante o confronto armado que também resultou na morte de TH da Maré. Considerado um dos criminosos mais procurados do estado, TH tinha 17 mandados de prisão em aberto e mais de 200 anotações criminais. A operação causou pânico e bloqueios nas principais vias expressas da cidade, como as Linhas Vermelha e Amarela e a Avenida Brasil.

A manifestação do rapper reacende o debate sobre os limites da atuação policial nas favelas e sobre o abandono histórico enfrentado por jovens negros e pobres do Rio de Janeiro.

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