Na vibrante e, por vezes, turbulenta arena da política municipal de Cabo Frio, o silêncio tem falado mais alto do que as vozes que deveriam ecoar as demandas do povo. E é justamente nesse vácuo de posicionamento que surge uma pergunta inevitável: onde está o líder de governo do prefeito Dr. Serginho?
O vereador Rodolfo de Rui, nomeado para exercer a função de ponte entre o Executivo e o Legislativo na gestão do prefeito Dr. Serginho, parece ter escolhido um caminho inusitado para quem ocupa tal posto — o da omissão. Em meio à recente polêmica envolvendo a Assistência Social do município, um tema sensível que impacta diretamente a população mais vulnerável, a liderança de governo manteve-se discreta, quase inaudível. E o que é mais grave: ausente de um debate que exigia, mais do que nunca, firmeza, clareza e disposição ao enfrentamento.
A Câmara Municipal não pode ser um teatro de silêncios calculados. Foi feita para o ruído bom do debate, para o confronto honesto de ideias, para o embate civilizado que gera avanços. É ali que a política viva deve pulsar, com seus representantes — eleitos pelo povo — se manifestando, se posicionando, tomando partido dos interesses públicos.
Rodolfo de Rui não é novato. Está em seu quarto mandato, e a experiência deveria lhe conferir autoridade e segurança para enfrentar temas difíceis, defender o governo que representa, sem medo de desagradar. Ser líder de governo não é ser sombra do prefeito, é ser farol da articulação, é ocupar a tribuna com coragem para defender o que é justo, mesmo que impopular.
Quando o líder se cala, abre espaço para que os oportunistas gritem. Quando não conduz, permite que a pauta seja sequestrada por discursos rasos, demagogos, e desconectados da realidade. É papel do líder balizar, ponderar, articular. É dele a responsabilidade de costurar soluções, construir consensos, levar para o plenário a versão oficial, mas também escutar o eco da rua.
Não se trata de fazer espetáculo, mas de exercer com dignidade a missão pública. A população cabo-friense, tão cansada de promessas e omissões, exige e merece mais. Clama por representantes que honrem o voto, que enfrentem os desafios do presente sem covardia e sem silêncio.
Portanto, com todo respeito, a palavra está com o senhor, vereador Rodolfo de Rui. Mas não por gentileza — por dever.
Por Alexy Paris
