Nesta semana, a justiça absolveu os crimes do governador Cláudio Castro por 4 a 3. Pois é. O governador acusado de vários crimes, dentre eles, corrupção passiva, saiu impávido dos tribunais. Com isso podemos medir os limites do que se pode fazer de falcatruas sendo governador, deputado ou prefeito no Rio de Janeiro e ficar de boa.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro real, a guerra civil se intensifica e o Estado nada faz. A única presença que se faz em meio aos caos é a polícia que está esgotada, sucateada e ultrapassada. Nem a própria polícia acredita mais no que faz. Homens e mulheres que saem de casa sem saber se voltam pras suas famílias. Vezes para combate a facções criminosas, vezes pra combate contra ex companheiros de farda que hoje prestam serviço a milicianos.
Moradores denunciaram ao Jornal da Record que os traficantes de algumas comunidades de Duque de Caxias determinaram que qualquer ocorrência deve ser reportadas a eles e não mais à polícia. O Estado já não significa mais nada. Pra essas comunidades, chegamos ao tão nível de Estado Mínimo exigido pelos bolsonaristas.
Amanhã, empresários do setor de transporte turístico farão uma mega manifestação na cidade do Rio que promete parar o trânsito da cidade inteira em protesto aos incontáveis roubos a vans que ocorrem todos os dias na cidade. Os ladrões não estão mais se contentando em roubar na Avenida Brasil e Linha vermelha, estão indo aos pontos turísticos e deram também para atirarem pra matar nos motoristas. A polícia diz pra confiarem em Deus porque eles nada podem fazer.
Provavelmente, Claudio Castro deve voltar pra Disney quando o caos se instaurar no Estado. Ontem um caminhoneiro imprenssou um assaltante em uma mureta na linha vermelha o expremendo de forma que a cabeça foi decepada do corpo. Não há um empresário que queria alugar van, principalmente da marca Mercedes Benz Sprinter, para nenhum serviço na cidade do Rio de Janeiro.
Nem mesmo as seguradoras querem vender seguro para esses veículos e motoristas se recusam a aceitar roteiros para Zona Norte do Rio por risco de morte. Amigo, quando a polícia diz que “só Deus”, é porque nem ela mesma está podendo se proteger. Mas, para a justiça, o governador é inocente. Castro deveria ser julgado pelas mortes que ele tem nas mãos, pela leniência com a administração pública e ser varrido pro esgoto da política definitivamente. Mas nós que somos os principais juizes, o elegemos. Votaram nele e ele venceu em primeiro turno. E é isso que temos que engolir. O jeito é tentar ficar vivo pra votar em outro que talvez venhamos a gostar. O Rio de Janeiro está perdido. Mas ainda há e sempre haverá esperança.
Por Mardônio Gomes