A cidade de Cabo Frio que sempre teve um dos maiores espetáculos das Festas de Reveillon do Brasil, este ano caminha para uma deprimente passagem de ano, sem queima de fogos. Os shows pirotécnicos que tradicionalmente sempre aconteceram nas praias da cidade, este ano, não darão o ar da graça, por conta de uma lei municipal que proíbe fogos de artifício com estampidos. A prefeitura confirmou nesta quinta-feira (29), que não haverá a queima de fogos na noite do dia 31 dezembro.
A despeito dos esforços da gestão da Prefeita Magdala Furtado, em reverter a lei na Câmara Municipal, não houve consenso ou mesmo boa vontade para se votar a matéria e dar a Cabo Frio a chance de ter uma festa digna como é celebrada no mundo inteiro. Neste sentido, o Poder Executivo vai acatar a decisão da justiça que proibiu a cidade em promover a queima de fogos atendendo a uma Ação Cível Pública deflagrada pelo Ministério Pùblico que pediu o cumprimento da Lei Municipal em vigor.
A prefeita Magdala Furtado ainda tentou convocar os vereadores para a realização de uma sessão extraordinária em duas oportunidades para revogar o dispositivo legal com a proibição a tempo de garantir a festa com queima de fogos, tão aguardada pela população, turistas e comerciantes. Trata-se de um evento importante, onde todos aproveitam os festejos para celebrar a chegada do novo ano e também o bom momento econômico em razão da alta demanda no comércio local.
Houve atropelos por parte do governo municipal no que tange ao planejamento, por outro lado, também ficou evidente, a má vontade e a falta de maturidade da classe política, para se modular a legislação em vigor, que na sua concepção tem um propósito nobre, mas que poderia ser flexibilizada para garantir direitos da população, dos trabalhadores e dos turistas que vêm do mundo inteiro celebrar o Réveillon em Cabo Frio. Autorizar a exceção à regra, para realização do show pirotécnico de pelo menos 15 minutos apenas na Praia do Forte no Centro da cidade e portanto, longe de diversos bairros, com protocolos rígidos de segurança e distância razoável para o menor impacto de ruídos teria sido, quase que um acordo de paz.
Neste contexto, vale ponderar que a lei que proíbe os fogos com estampido em Cabo Frio, produzirá efeitos apenas para destruir a festa oficial na Praia da Forte, pois nas comunidades, o poder paralelo fará seu barulhento espetáculo sem fiscalização ou mesmo justiça que garanta a eficácia das normas jurídicas, resguarde a dignidade dos autistas, além da tranquilidade dos idosos e dos animais. A desgraça que acomete a cidade nesta virada de ano, certamente será motivo de comemoração e muita celebração nos covis da política cabo-friense e como sempre a população, os trabalhadores e os comerciantes saem perdendo.
Várias cidades da Região dos Lagos terão queima de fogos sem o menor problema, embaraços políticos, ou mesmo ativismo judicial, enquanto Cabo Frio mergulha na mediocridade política privando milhares de turistas, moradores e todos aqueles que lutam o ano todo na cidade e esperam por este momento de confraternização, boa recepção aos turistas e sobretudo a tradição que apenas os vizinhos poderão celebrar.
