Considerado um recurso polêmico por muitos, as gírias são a marca viva da cultura e do tempo na língua falada e até mesmo na escrita de um país.Pai, pega a visão, começou meu filho a conversa, ao me contar uma história. Fiquei montando na minha mente a visão daquilo que ele queria me dizer. Usou uma gíria para ter uma rápida comunicação.
Uma gíria faz parte da comunicação e, muitas vezes, contribui para o rápido entendimento entre as pessoas. Normalmente criadas e difundidas pelos jovens, algumas ultrapassam gerações. No caso do português falado no Brasil, o universo das gírias tupiniquins expressa o colorido das regiões, enchendo a língua portuguesa de carinho e graça.
As gírias atuais nos remetem a uma linguagem digital, passando por grupos representados por estilos musicais, como é o caso por exemplo dos gêneros musicais, funk e sertanejo. As gírias brasileiras são o registro linguístico da vida como ela é, assim como o dramaturgo Nelson Rodrigues também eternizou em sua produção literária. Começando nossa jornada pelas nossas raízes, as palavras indígenas foram a origem de diversas gírias brasileiras que continuam atuais:
Capenga: tudo que esteja com as pernas bambas ou sem apoio firme.
Jururu: palavra indígena que indica estado de desânimo ou tristeza.
Pindaíba: falta de dinheiro.
Como um país multicultural, muitas influências externas chegaram ao nosso país, sendo a africana uma das mais importantes. Algumas das gírias antigas de origem africana sobreviveram ao tempo e continuam sendo gírias atuais. Palavras como:
Bunda: é um aportuguesamento do quimbundo mbunda.
Caçula: filho mais novo.
Moleque: menino.
As gírias nordestinas representam a riqueza cultural desta região, tanto na literatura como na música. O Nordeste concentra uma parte importante do folclore brasileiro com forte influência africana e indígena do início da colonização. Essa região traz expressões como:
Aperreado: é o mesmo que estar aborrecido, chateado.
Avexada: apressada, impaciente.
Mangar: é o mesmo que fazer graça com alguém. Nos últimos 50 anos, o Rio se tornou uma das capitais da indústria cultural brasileira e com isso muitas gírias cariocas se tornaram conhecidas em todo o país:
Papo reto: ir direto ao ponto.
Sinistro: algo muito bom ou muito mau, dependendo do contexto em que é utilizada.
Mais recentemente, o Estado do Rio de Janeiro se tornou o berço do funk e as gírias cariocas se multiplicaram em expressões como:
Bonde: Grupo de amigos da mesma comunidade.
Bolado: Surpreso, confuso ou preocupado com determinada atitude ou reação de outra pessoa. Aborrecido ou chateado.
Free: de graça. Pois é bicho, mermão se você lembrar de alguma coloca aí embaixo nos comentários, valeu.
E segue o baile. Roberto Rosa.